Proibição ou regulamentação do uso de telas das escolas?

A conscientização e regulamentação do uso de telas tornaram-se essenciais diante do impacto crescente das tecnologias digitais na vida de crianças, adolescentes e adultos. Por isso, é fundamental que escolas, famílias e instituições desenvolvam ações educativas e políticas claras sobre o tempo e a forma de uso das telas, equilibrando acesso e limites. Ao contrário da proibição, que não estimula autonomia, a regulamentação define parâmetros para o uso consciente da tecnologia e favorece um aprendizado mais responsável e duradouro.

Uma pesquisa da Explora (Grupo Rabbit), com 180 escolas particulares, revelou que 71% dos educadores apoiam a proibição do uso de celulares em sala. No entanto, a maioria das escolas apenas comunicou os pais, sem ações pedagógicas complementares. Apenas 33% ofereceram atividades nos intervalos, como jogos e esportes.

Esse cenário evidencia que, sem um plano bem estruturado, a proibição isolada não evolui para uma regulamentação eficaz. É preciso um período de adaptação com estratégias claras para que, no futuro, o celular possa ser integrado ao processo de aprendizagem com intencionalidade.

A proibição do uso de celulares nas escolas esbarra em desafios estruturais da transformação digital, como a falta de equipamentos e poucos computadores disponíveis. Diante disso, é preciso repensar a restrição total e permitir que o uso pedagógico dos celulares ocorra em momentos e faixas etárias adequados, como forma de apoio ao aprendizado.

Sugestão de atividade – Projeto conscientização – Peça para os alunos se dividirem em grupos, criarem uma proposta e estudarem a importância da educação digital. Siga as etapas.

O desafio das escolas no século XXI não é afastar os alunos das telas, mas guiá-los para um uso inteligente, crítico e ético da tecnologia. Assim como a Lei da Bandeira Vermelha não impediu a chegada dos automóveis, a proibição isolada dos celulares não detém a transformação digital.

De acordo com a especialista e consultora pedagógica Teka Malpighi (@tekamalpighi), o que realmente prepara crianças e adolescentes para o futuro é a capacidade de compreender riscos, fazer escolhas responsáveis e utilizar a tecnologia como ferramenta — e não como dependência.

As escolas que assumem esse papel formam cidadãos mais conscientes, autônomos e preparados para um mundo em constante inovação — um cenário no qual somente a educação é capaz de oferecer direção.