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O Ecossistema Educacional

A partir da década de 70 quando as grandes empresas começaram a prestar mais atenção nos seus departamentos de recursos humanos, pelo fato de seus colaboradores começarem a tomar ciência de seus direitos e buscarem novas oportunidades, inúmeras pesquisas nessa área foram realizadas.

Um estudo importante, que posteriormente foi base para muitas publicações, comparou uma empresa com um ecossistema, partindo do princípio que ambas são organismos em pleno desenvolvimento. No ecossistema/empresa existem populações de espécies diferentes que interagem e convivem no mesmo ambiente. Estas são divididas em três grupos:

Proativos – São chamadas de “pessoas que vestem a camisa da empresa” e geralmente representam menos de 15% da população. Tem como características serem abertas às inovações, proativas, trabalhadoras, empreendedoras, líderes e tendem a assumir as responsabilidades.

A escola somente atingirá a excelência na prestação dos seus serviços educacionais se seu corpo docente for formado por percentual significativo de colaboradores proativos.

Pragmáticos – A grande parcela dos colaboradores, mais de 65%, são pessoas que têm dificuldade em ter um planejamento profissional e pessoal definido, tendem a seguir um líder (sendo este positivo ou negativo), oscilam a produtividade em decorrência de fatores externos e são práticos nas tomadas de decisões cotidianas, mas procrastinam e são inseguros nas decisões importantes e quando se deparam com o novo.

Uma equipe pragmática possivelmente não gera perda de alunos, mas por outro lado, não proporciona um ensino de excelência.

Reativos – Fazem parte dos 20% restantes. São pessoas que precisam de ajuda, que não concordam ou não entendem a cultura e as regras da instituição.

Quanto maior o número de reativos, maior será a rotatividade de funcionários e a sensação de insatisfação coletiva, causando a perda de alunos e baixa qualidade pedagógica.

Sem nenhuma interferência, a tendência do ecossistema de uma escola é ficar na casa de 15% Proativos, 65% Pragmáticos e 20% Reativos.

A falta de liderança e gestão é um fator que abre espaço para o nascimento de uma liderança negativa que poderá produzir um desequilíbrio e aumentar a população de reativos.

Existem escolas onde a coordenação tem dificuldade em assistir às aulas, dar feedback e avaliar o desempenho do corpo docente, isto é, o número de reativos é muito elevado e as vezes com representantes da própria liderança da coordenação.

Outro fator que afeta o equilíbrio das populações são as chamadas “panelinhas”. Quando pequenos grupos são fixados dentro da corporação, estes passam a pensar de forma coletiva. Se um membro recebe uma advertência, todos ficam chateados, podendo baixar a produtividade de todos.

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Para qualquer empresa o importante é reduzir ao máximo o número de colaboradores reativos e pragmáticos e aumentar o número de proativos. Para isso, algumas estratégias devem ser seguidas:

1 – Reuniões de feedback diretivo – As escolas que possuem a cultura do acompanhamento constante tendem a ter uma população de pragmáticos reduzida, pois quando assistido, o adulto sente-se confiante em sua capacidade de experimentar ou adquirir um novo hábito. Eles não estão sozinhos nesta empreitada, ao seu lado existe uma pessoa com conhecimento e liderança para acompanhá-los, ensiná-los e apoiá-los ao longo de uma nova experiência.

2 – Formar um time colaborativo e com autonomia – Ações descentralizadoras propiciam autonomia para a equipe que é, segundo a andragogia, um elixir para o cérebro, pois libera hormônios que causam sensação de prazer e bem-estar. Quanto mais liberdade tiver a equipe maior será a população de proativos.

3 – Recuperação de professores (Coaching individual) – Os encontros individuais precisam acontecer quando os indivíduos são identificados como reativos e no momento em que ocorrerem comportamentos negativos e as reuniões em grupo não surtirem mais efeito.

Após seis meses da implantação destas ações, espera-se uma mudança de população na proporção de 50% Proativos, 40% Pragmáticos e 10% Reativos, o mínimo esperado para uma equipe de excelência.

Christian Rocha Coelho
CEO Grupo Rabbit

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