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“Pior do que não fazer é realizar algo de forma mediana.”

Em minhas visitas às instituições de ensino no primeiro semestre, constatei um fenômeno peculiar. Uma parcela das escolas que tiveram algum tipo de dificuldade na última alta sazonalidade (rematrículas atrasadas, perda de alunos, pouca procura e baixo número de matrículas novas) não possuíam consciência clara dos seus problemas, desconheciam suas falhas ou terceirizavam a responsabilidade: – Eu perco muitos alunos porque a outra escola deu muito desconto.

E mesmo tendo consciência das suas dificuldades, alguns líderes afirmavam que efetuavam plenamente suas tarefas com qualidade. Mas, na verdade as atividades aconteciam de forma parcial ou mal feitas.

Este sistema de defesa da psique humana reduz o senso de falta de competência e gera a sensação de missão cumprida.

Um exemplo disso foi uma visita a uma escola que obteve poucos contatos e perdeu mais de alunos do que deveria na virada do ano passado.

O discurso inicial da direção e da coordenação, dizia que o problema estava nas mudanças de endereço e nos irmãos mais velhos que tinham que mudar de escola, pois não possuía a série pretendida e consequentemente a mãe tirava o irmão mais novo. Seus colaboradores eram ótimos e realizavam plenamente os seus trabalhos.

Após um checklist, constatei que a coordenadora não exercia sua liderança efetivamente, não assistia às aulas e, por isso, não tinha certeza da qualidade pedagógica da instituição, não alcançava resultados satisfatórios com o pós-atendimento, pois era feito atrasado e na maioria das vezes as mães não eram encontradas, a campanha de propaganda foi limitada e o site e as redes sociais existiam, mas estavam desatualizados.

Como a coordenadora explanou no início da reunião, realmente tudo era feito, mas de forma mediada, sem gestão e qualidade.

Outro fato que às vezes ocorre é a falta de visão sistêmica devido a uma dicotomia existencial. Os líderes têm total clareza e segurança de suas concepções filosóficas e ideológicas, domínio dos conteúdos, estratégias e metodologias para que seu corpo docente desempenhe um papel primoroso e o processo de ensino-aprendizagem ocorra de forma natural e eficiente.

Infelizmente, não é bem isso que ocorre no dia a dia da escola. Muitas variáveis, como faltas, colaboradores despreparados, desmotivados, desorganização e pouca liderança, entre outras inúmeras pequenas falhas, acabam minando o projeto inicial. O propósito é bom, mas o dia a dia afeta a qualidade do trabalho pedagógico.

Se os líderes não tiverem recursos para acompanhar e analisar o que ocorre no cotidiano da instituição, ficarão com a concepção ilusória de uma escola modelo que somente existe na teoria.

O monitoramento dos colaboradores e as reuniões de checklist têm o objetivo de proporcionar uma visão sistêmica da instituição para que os líderes possam identificar e corrigir eventuais perdas de performance e reduzir o gap entre a realidade e a utopia.

Christian Rocha Coelho
CEO do Grupo Rabbit

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