Desde a postura, o olhar, as expressões faciais e os gestos, até a posição das pernas e dos pés, os movimentos do corpo e a aparência, tudo transmite mensagens sobre os sentimentos e as emoções de uma pessoa. Em questão de segundos, julgamos e somos julgados com base na comunicação não verbal. Para identificar esses sinais, é fundamental observar atentamente o comportamento, as expressões e os gestos.
Segundo a fonoaudióloga Débora Brum, embora a análise da linguagem corporal não seja uma ciência exata, alguns padrões comuns indicam determinadas impressões, como bufar ou se jogar na cadeira quando alguém está entediado. “O desafio é que frequentemente focamos mais na linguagem verbal, negligenciando os sinais não verbais, que são igualmente importantes.”
A linguagem não verbal é a primeira a se desenvolver no ser humano, sendo, por isso, mais primitiva e menos controlável.
Ela começa ainda no útero, onde o feto reage com movimentos ao sentir desconforto. Ao nascer, o bebê se comunica rapidamente pela linguagem por meio do choro e, por volta de um ano de idade, começa a balbuciar suas primeiras palavras (início da linguagem verbal). Assim, a comunicação não verbal é mais antiga e espontânea, o que explica o menor controle que temos sobre ela.
A pesquisa de Albert Mehrabian realizada pela Universidade da Califórnia revela que, em situações de comunicação emocional, 55% da mensagem é transmitida pela linguagem corporal, 38% pelo tom de voz e apenas 7% pelas palavras. Esses dados enfatizam a importância dos elementos não verbais na expressão de emoções.
A importância dos gestos – Eles ajudam a reduzir ambiguidades, potencializam a comunicação visual e reforçam a comunicação verbal. Gestos transmitem uma sensação de confirmação e adicionam mais emoção à conversa. Algumas culturas, como a italiana, são conhecidas por uma gesticulação mais expressiva, enquanto outras, como a japonesa, tendem a ser mais contidas.
No mundo ocidental, em geral, uma maior gesticulação é frequentemente associada a pessoas mais seguras e confiantes.
Exercício – Experimente o exercício, baseado no livro Comunicação Assertiva, para verificar a importância dos gestos na ilustração da conversa, dando ênfase ao que você considera mais relevante.
- Ontem eu tive dificuldade em dar aula, pois a turma era muito grande.
- Ontem eu tive dificuldade em dar aula, pois a turma era muito grande.
- Ontem eu tive dificuldade em dar aula, pois a turma era muito grande.
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As expressões faciais são uma parte essencial da comunicação não verbal e podem transmitir uma ampla gama de emoções e intenções. Aqui estão algumas das principais expressões faciais e seus significados:
O poder do sorriso
O sorriso é um dos sinais de comunicação com um sentido universal: ele expressa alegria, felicidade, afeição e gentileza. O ato de sorrir é um automatismo dos músculos da face que ocorre em resposta a determinados estados mentais, mas ele pode e é usado para transmitir informação. Em suas variadas formas, o sorriso aparece em todas as culturas humanas, em todas as épocas.
O sorriso parece ser determinado geneticamente e não culturalmente. Especula-se que suas origens evolucionárias possam estar nos animais inferiores.
Em seu livro Voice Attractiveness: Studies on Sexy, Likable, and Charismatic Speakers – Prosody, Phonology and Phonetics (Atratividade de voz: estudos sobre falantes sensuais, simpáticos e carismáticos – prosódia, fonologia e fonética), J. Ohala, professor de Linguística, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, sustenta que nosso sorriso descende diretamente de outros animais, especificamente dos primatas, não humanos.
Algumas teorias foram propostas para explicar a origem do riso. J. Ohala sustenta que nosso sorriso descende diretamente do reino animal. Para ele, os animais usam o sorriso não por sua aparência, mas pelo seu som.
Com o sorriso, o animal pode modificar o som do seu grito. Ou seja, ao puxar para trás os cantos da boca e exibir os dentes, alguns animais são capazes de emitir um ganido ou um uivo de diapasão mais alto do que o som que normalmente produzem.
Essa manobra pretende fazer o animal parecer menor do que ele realmente é, e a mensagem que transmite a um inimigo em potencial é: “sou pequeno e indefeso e não represento nenhuma ameaça a você, deixe-me em paz”. Assim, de acordo com esta teoria, o grito que acompanha o sorriso indica apaziguamento, submissão e não hostilidade. Em algumas espécies, como acontece com a nossa, tal sinal evoluiu até ganhar uma expressão apenas visual.
Movimento corporal – Algumas posturas corporais melhoram de forma significativa a qualidade de uma aula.
- Movimento corporal contínuo – De acordo com padrões ocidentais, quando alguém se sente interessado por outra pessoa, tende a se inclinar ou mover na sua direção. Esse movimento automático visa melhorar a atenção plena e facilita uma leitura corporal mais clara entre ambas as partes.
Pessoas confiantes, que geralmente transmitem mais credibilidade, ocupam mais espaço, estendendo braços e pernas e tomam um território maior, além de gesticularem mais. Por outro lado, pessoas inseguras tendem a retrair braços e pernas, adotando uma postura mais encolhida, similar à posição fetal.
Abaixar-se para falar com uma criança cria conexão visual, demonstra respeito, facilita a compreensão e reduz a intimidação. Isso torna a comunicação mais acolhedora e segura.
- Ocupação espacial – Em vez de chamar a atenção em público ou pedir silêncio em voz alta, o professor pode utilizar a estratégia de ocupar o espaço na sala de aula.
Em muitas espécies sociais, incluindo os seres humanos desde a pré-história, líderes percorrem o território para proteger o grupo, reforçar a hierarquia e garantir a segurança. Desde os primórdios, esse comportamento é essencial para manter a estabilidade e a calma nos núcleos sociais.
Conversas rápidas e toques leves no ombro dos alunos mais agitados, enquanto o professor circula pela sala, mostram interesse genuíno e podem incentivá-los a progredir. Esses momentos abrem caminho para vínculos afetivos mais profundos e ajudam a construir, com o tempo, um ambiente de confiança e segurança, onde os alunos se sentem confortáveis para compartilhar suas conquistas e dificuldades, sabendo que serão ouvidos com empatia e compreensão.
- Mesa do Professor no fundo da sala – Essa disposição permite que o professor circule pela sala para promover a ocupação espacial e despertar a atenção dos alunos. Além disso, consegue ter uma visão completa da sala e acompanhar o comportamento sem que os alunos se sintam constantemente vigiados.
Isso cria uma dinâmica de ensino mais interativa e centrada nos alunos, que é ideal para metodologias ativas, como sala de aula invertida e aprendizagem baseada em projetos. A presença ao fundo reduz a ansiedade de alguns alunos e cria um ambiente mais relaxado e acolhedor para o aprendizado.
- Movimento vertical – Quando o professor permanece sentado durante toda a aula, pode passar uma mensagem contraditória: o corpo demonstra cansaço, enquanto a voz tenta manter a aula ativa. O ideal é levantar-se algumas vezes, movimentando-se pela sala para manter a energia e a atenção dos alunos.
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Christian Coelho
CEO Grupo Rabbit